quinta-feira, 24 de março de 2016

Processos de coordenação e subordinação

Coordenação e Subordinação
 
Quando um período é simples, a oração de que é constituído recebe o nome de oração absoluta.
Por Exemplo: A menina comprou chocolate.
Quando um período é composto, ele pode apresentar os seguintes esquemas de formação:
a) Composto por Coordenação: ocorre quando é constituído apenas de orações independentes, coordenadas entre si, mas sem nenhuma dependência sintática.
Por Exemplo: Saímos de manhã    e voltamos à noite.
b) Composto por Subordinação: ocorre quando é constituído de um conjunto de pelo menos duas orações, em que uma delas (Subordinada) depende sintaticamente da outra (Principal).
Por Exemplo:
Não fui à aulaporque estava doente.
Oração PrincipalOração Subordinada

c) Misto: quando é constituído de orações coordenadas e subordinadas.
Por Exemplo:
Fui à escola e busquei minha irmãque estava esperando.
Oração CoordenadaOração CoordenadaOração Subordinada

Termos da Oração

Termos essenciais da oração

São os termos necessários para a formação das orações. Confira quais são os termos essenciais:
  • Sujeito: termo da oração no qual se enuncia alguma coisa;
  • Predicado: termo da oração que se refere ao sujeito.

Termos integrantes da oração

Esses termos integram (completam) o significado dos termos essenciais (sujeito e predicato). Os três termos integrantes da oração são:
  • Agente da passiva: indica quem praticou a ação de um verbo na voz passiva;
  • Complemento nominal: completa o sentido do adjetivo, do advérbio ou do substantivo;
  • Complemento verbal: completa o sentido dos verbos transitivos.

Termos acessórios da oração

Diferentemente dos termos essenciais, os termos acessórios são necessários em apenas alguns contextos. As funções desses termos são qualificar um ser, exprimir alguma circunstância e determinar os substantivos. A seguir listaremos os termos acessórios:
  • Adjunto Adnominal: termo que caracteriza, modifica, determina ou qualifica um substantivo;
  • Adjunto Adverbial: termo que altera o sentido do verbo, do adjetivo ou do advérbio;
  • Aposto: explica, resumi, enumera ou especifica um outro termo;
  • Vocativo: utilizado para referir-se ao interlocutor.

Sintaxe: Frase, Oração e Período

Frase

É todo e qualquer enunciado, do mais simples ao mais complexo, com sentido completo. A frase pode ser:
  1. nominal - a que não possui verbo: Socorro!
    Que linda noite de verão!
  2. verbal - a que possui verbo:
Ajudem-no!
A noite está linda!




Oração

É o enunciado organizado em torno de um verbo. A principal característica da oração não é o sentido completo (ainda que possa ter), mas sim o verbo:
Ele estuda muito.(Uma oração)
Ele quer que sejamos felizes.(Duas orações)




Período

É todo e qualquer enunciado de sentido completo, terminado por pausa gráfica forte e possuindo pelo menos uma oração. O período pode ser:
1. simples - o que só possui uma oração:
Sentíamos o perfume das flores.
  1. composto - o que possui mais de uma oração:
Alguns cantavam e outros dançavam.
Quando ela chegou, não nos disse se tivera êxito.
O período pode ser composto:
  1. por coordenação - quando as orações são independentes:
O diretor chegou, deu algumas ordens, saiu em seguida.
Choveu, porém continua quente.
b) por subordinação - quando as orações estão subordinadas a uma principal:
Chame aquele menino que está brincando.
Não sabemos se ele virá.

Mecanismos de flexão dos nomes e verbos

Pessoa– Indica as três pessoas relacionadas ao discurso, representadas tanto no modo singular, quanto no plural.

Número – Representa a forma pela qual o verbo se refere a essas pessoas gramaticais.

Por meio dos exemplos em evidência, podemos constatar que o processo verbal se encontra devidamente flexionado, tendo em vista as pessoas do discurso (eu, tu, ele, nós, vós, eles).

Tempo – Relaciona-se ao momento expresso pela ação verbal, denotando a ideia de um processo ora concluído, em fase de conclusão ou que ainda está para concluir, representado pelo tempo presente, pretérito e futuro.

Modo – Revela a circunstância em que o fato verbal ocorre. Assim expresso:

Modo indicativo – exprime um fato certo, concreto.
Modo subjuntivo – exprime um fato hipotético, duvidoso.
Modo imperativo – exprime uma ordem, expressa um pedido.


Para que possamos constatar acerca de todos esses pressupostos, basear-nos-emos no caso do verbo cantar, tendo em vista o modo indicativo.

Voz
A voz verbal caracteriza a ação expressa pelo verbo em relação ao sujeito, classificada em:

Voz ativa – o sujeito é o agente da ação verbal.

Os professores aplicaram as provas.

Voz passiva – o sujeito sofre a ação expressa pelo verbo.

As provas foram aplicadas pelos professores.

Voz reflexiva – o sujeito, de forma simultânea, pratica e recebe a ação verbal.

O garoto feriu-se com o instrumento.

Voz reflexiva recíproca – representa uma ação mútua entre os elementos expressos pelo sujeito.

Os formandos cumprimentaram-se respeitosamente.

Processos de Formação de Palavras

As palavras estão em constante processo de evolução, o que torna a língua um fenômeno vivo que acompanha o homem. Por isso alguns vocábulos caem em desuso (arcaísmos), enquanto outros nascem (neologismos) e outros mudam de significado com o passar do tempo.

Na Língua Portuguesa, em função da estruturação e origem das palavras encontramos a seguinte divisão:
·                 palavras primitivas - não derivam de outras (casa, flor)
·                 palavras derivadas - derivam de outras (casebre, florzinha)
·                 palavras simples - só possuem um radical (couve, flor)
·  palavras compostas - possuem mais de um radical (couve-flor, aguardente)

Para a formação das palavras portuguesas, é necessário o conhecimento dos seguintes processos de formação:

Composição - processo em que ocorre a junção de dois ou mais radicais. São dois tipos de composição.
·   justaposição: quando não ocorre a alteração fonética (girassol, sexta-feira);
·  aglutinação: quando ocorre a alteração fonética, com perda de elementos (pernalta, de perna + alta).

Derivação - processo em que a palavra primitiva (1º radical) sofre o acréscimo de afixos. São cinco tipos de derivação.
·    prefixal: acréscimo de prefixo à palavra primitiva (in-útil);
·    sufixal: acréscimo de sufixo à palavra primitiva (clara-mente);
·   parassintética ou parassíntese: acréscimo simultâneo de prefixo e sufixo, à palavra primitiva (em + lata + ado). Esse processo é responsável pela formação de verbos, de base substantiva ou adjetiva;
· regressiva: redução da palavra primitiva. Nesse processo forma-se substantivos abstratos por derivação regressiva de formas verbais (ajuda / de ajudar);
·  imprópria: é a alteração da classe gramatical da palavra primitiva ("o jantar" - de verbo para substantivo, "é um judas" - de substantivo próprio a comum).

Além desses processos, a língua portuguesa também possui outros processos para formação de palavras, como:
·   Hibridismo: são palavras compostas, ou derivadas, constituídas por elementos originários de línguas diferentes (automóvel e monóculo, grego e latim / sociologia, bígamo, bicicleta, latim e grego / alcalóide, alcoômetro, árabe e grego / caiporismo: tupi e grego / bananal - africano e latino / sambódromo - africano e grego / burocracia - francês e grego);

·    Onomatopéia: reprodução imitativa de sons (pingue-pingue, zunzum, miau);
·  Abreviação vocabular: redução da palavra até o limite de sua compreensão (metrô, moto, pneu, extra, dr., obs.)
·                Siglas: a formação de siglas utiliza as letras iniciais de uma seqüência de palavras (Academia Brasileira de Letras - ABL). A partir de siglas, formam-se outras palavras também (aidético, petista)
·      Neologismo: nome dado ao processo de criação de novas palavras, ou para palavras que adquirem um novo significado.

Morfologia: reconhecimento, emprego e sentido das classes gramaticais

1. Substantivo

Tudo o que existe é ser e cada ser tem um nome. A palavra que indica o nome dos seres pertence a uma classe chamada substantivo. O subtantivo é a palavra que dá nome ao ser.
Além de objeto, pessoa e fenômeno, o substantivo dá nome a outros seres, como: lugares, sentimentos, qualidades, ações e etc.

1.1 Classificação do substantivo

-Comum – é aquele que indica um nome comum a todos os seres da mesma espécie.
-Coletivos  – entre os substantivos comuns encontra-se os coletivos, que, embora no singular, indicam uma multiplicidade de seres da mesma espécie
-Próprio – é aquele que particulariza um ser da espécie.
-Concreto – é aquele que indica seres reais ou imaginários, de existência independente de outros seres.
-Abstrato – é aquele que indica seres dependentes de outros seres.

2. Artigo

Na frase, há muitas palavras que se relacionam ao substantivo.Uma delas é o artigo.
Artigo é a palavra que se antepõe ao substantivo para determiná-lo.

2.1 Classificação do Artigo

O artigo se classifica de acordo com a idéia que atribui ao ser em relação a outros da mesma espécie.
Definido – é aquele usado para determinar o substantivo de forma definida: o, as, os, as.
Indefinido – é aquele usado para determinar o substantivo de forma indefinida: um, uma, uns, umas.

3. Adjetivo

Outra palavra que, na frase, se relaciona ao substantivo, é o adjetivo.
Adjetivo é a palavra que caracteriza o substantivo.

3.1 Formação do Adjetivo

Como o substantivo, o adjetivo pode ser:
-Primitivo – é aquele que não deriva de outra palavra.
-Derivado – é aquele que deriva de outra palavra(geralmente de substantivos ou verbos).
-Simples – é aquele formado de apenas um radical.
-Composto – é aquele formado com mais de um radical.

3.2 Locução Adjetiva
Para caracterizar o substantivo, em lugar de um adjetivo pode aparecer uma locução adjetiva, ou seja, uma expressão formada com mais de uma palavra e com valor de adjetivo.

4. Numeral

Entre as palavras que se relacionam, na frase, ao substantivo há também o numeral.
Numeral é a palavra que se refere ao substantivo dando a idéia de número.
O numeral pode indicar:
-Quantidade – Choveu durante quatro semanas.
-Ordem – O terceiro aluno da fileira era o mais alto.
-Multiplicação – O operário pediu o dobro do salário.
-Fração – Comeu meia maça.

4.1 Classificação do Numeral

-Cardinal – Indica uma quantidade determinada de seres.
-Ordinal – Indica a ordem (posição) que o ser ocupa numa série.
-Multiplicativo – Expressa a idéia de multiplicação, indicando quantas vezes a quantidade foi aumentada.
-Fracionário – Expressa a idéia de divisão, indicando em quantas partes a quantidade foi dividida.

5. Pronome

Além do artigo, adjetivo e numeral há ainda outra palavra que, na frase, se relaciona ao substantivo: é o pronome.
Pronome é a palavra que substitui ou acompanha um substantivo, relacionando-o à pessoa do discurso.
As pessoas do discurso são três:
-Primeira pessoa – a pessoa que fala.
-Segunda pessoa – a pessoa com quem se fala.
-Terceira pessoa – a pessoa de quem se fala.

5.1 Classificação do Pronome

Há seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos, demonstrativos, indefinidos, interrogativos e relativos.

-Pronomes pessoais:
Os pronomes pessoais substituem os substantivos, indicando as pessoas do discurso. São eles: retos, oblíquos e de tratamento.

-Pronomes Possessivos:
São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical(possuidor), acrescentam a ela a idéia de posse de algo(coisa possuída).
-Pronomes Demonstrativos:
São palavras que indicam, no espaço ou no tempo, a posição de um ser em relação às pessoas do discurso.

-Pronomes Indefinidos:
Pronomes Indefinidos são palavras que se referem à Terceira pessoa do discurso, dando-lhe sentido vago ou expressando quantidade indeterminada.

-Pronomes Interrogativos:
Pronomes Interrogativos são aqueles usados na formulação de perguntas diretas ou indiretas. Assim como os indefinidos, referem-se a Terceira Pessoa do Discurso.

-Pronomes Relativos:
São pronomes relativos aqueles que representam nomes já mencionados anteriormente e com os quais se relacionam.

6. Verbo

Quando se pratica uma ação, a palavra que representa essa ação, indicando o momento que ela ocorre, é o verbo. Uma ação ocorrida num determinado tempo também pode constituir-se num fenômeno da natureza expresso por um verbo.
Verbo é a palavra que expressa ação, estado e fenômeno da natureza situados no tempo.

6.1 Conjugações do Verbo

Na língua portuguesa, três vogais antecedem o “r” na formação do infinitivo: a-e-i. Essas vogais caracterizam a conjugação do verbo. Os verbos estão agrupados, então, em três conjugações: a primeira conjugação(terminados em ar), a segunda conjugação(terminados em er) e a terceira conjugação(terminados em ir).

6.2 Flexão do Verbo

O verbo é constituído, basicamente, de duas partes: radical e terminações.
As terminações do verbo variam para indicar a pessoa, o número, o tempo, o modo.

6.3 Tempo e Modo do Verbo

O fato expresso pelo verbo aparece sempre situado nos tempos:
-Presente – Ele anuncia o fim da chuva.
-Passado – Ele anunciou o fim da chuva.
-Futuro – Ele anunciará o fim da chuva.
Além de o fato estar situado no tempo, ele também pode indicar:
-Fato certo – Ele partirá amanhã.
-Fato duvidoso – Se ele partisse amanhã…
-Ordem – Não partas amanhã.
As indicações de certeza, dúvida e ordem são determinadas pelos modos verbais. São portanto três modos verbais: Indicativo(fato certo), Subjuntivo(fato duvidoso), Imperativo(ordem).

6.4 Vozes do Verbo

Voz é a maneira como se apresenta a ação expressa pelo verbo em relação ao sujeito. São três as vozes verbais:
-Ativa – o sujeito é o agente da ação, ou seja, é ele quem pratica a ação.
-Passiva – o sujeito é paciente, isto é, sofre a ação expressa pelo verbo.
-Reflexiva – o sujeito é ao mesmo tempo agente e paciente da ação verbal, isto é, pratica e sofre a ação expressa pelo verbo

6.5 Locução Verbal

7. Advérbio

Há palavras que são usadas para indicar as circunstâncias em que ocorre a ação verbal: são os advérbios.
Advérbio é a palavra que indica as circunstâncias em que ocorre a ação verbal.

7.1 Classificação do advérbio

De acordo com as circunstâncias que exprime, o advérbio pode ser de:
-Tempo (ontem, hoje, logo, antes, depois)
-Lugar (aqui, ali, acolá, atrás, além)
-Modo (bem, mal, depressa, assim, devagar)
-Afirmação (sim, deveras, certamente, realmente)
-Negação (não, absolutamente, tampouco)
-Dúvida (talvez, quiçá, porventura, provavelmente)
-Intensidade (muito, pouco, mais, bastante)

7.2 Locução Adverbial

É um conjunto de duas ou mais palavras com valor de advérbio.

7.3 Advérbios Interrogativos

São advérbios interrogativos: quando(de tempo), como(de modo), onde(de lugar), por que(causa). Podem aparecer tanto nas interrogativas diretas quanto nas indiretas.

8. Preposição

Há palavras que, na frase, são usadas como elementos de ligação: uma delas é a preposição.
Preposição é a palavra invariável que liga dois termos.
Nessa ligação entre os dois termos, cria-se uma relação de subordinação em que o segundo termo se subordina ao primeiro.

8.1 Locução Prepositiva

É o conjunto de duas ou mais palavras com valor de uma preposição.

9. Conjunção

Além da preposição, há outra palavra que, na frase, é usada como elemento de ligação: a conjunção. Conjunção é a palavra que liga duas orações ou dois termos semelhantes de uma mesma oração.

9.1 Classificação das conjunções
As conjunções podem ser coordenativas e subordinativas.

10. Interjeição

Há palavras que expressam surpresa, alegria, aplauso, emoções. Essas palavras são as interjeições. 
Interjeição é a palavra que procura expressar, de modo vivo, um sentimento.

10.1 Classificação de interjeição

As interjeições classificam-se segundo as emoções ou sentimentos que exprimem:
-Aclamação: Viva!
-Advertência: Atenção!
-Agradecimento: Grato!
-Afugentamento: Arreda!
-Alegria: Ah!
-Animação: Coragem!
-Pena: Oh!

10.2 Locução Interjetiva

São duas ou mais palavras com valor de interjeição.

Emprego de tempos e modos dos verbos em português

O verbo indica um processo localizado no tempo. Podemos distinguir: presente, pretérito e futuro.

Tempo presente: exprime um fato que ocorre no momento da fala.
Ex.: Estou fazendo exercícios diariamente.

Tempo passado: exprime um fato que ocorreu antes do momento da fala.
Ex.: Ontem eu fiz uma série de exercícios.

Tempo futuro: exprime um fato que irá ocorrer depois do ato da fala.
Ex.: Daqui a quinze minutos irei para a academia fazer exercícios.


O pretérito (ou passado) subdivide-se em:

Pretérito perfeito: indica um fato passado totalmente concluído.
Ex.: Ninguém relatou o seu delírio.

Pretérito imperfeito: indica um processo passado não totalmente concluído, revela o fato em sua duração.
Ex.: Ele conversava muito durante a palestra.

Pretérito mais-que-perfeito: indica um processo passado anterior a outro também passado.
Ex.: “... sempre nos faltara aquele aproveitamento da vida...” (Mário de Andrade)

O futuro subdivide-se em:

Futuro do presente: indica um fato posterior ao momento em que se fala.
Ex.: Não tenho a intenção de esconder nada, assim que seus pais chegarem contarei o fato ocorrido.

Futuro do pretérito: indica um processo futuro tomado em relação a um fato passado.
Ex.: Ontem você ligou dizendo que viria ao hospital.

Empregos especiais:

Presente:
- pode ocorrer com valor de perfeito, indicando um processo já ocorrido no passado (presente histórico).
Ex.: Em 15 de agosto de 1769 nasce Napoleão Bonaparte. (nasce = nasceu)

- pode indicar futuro próximo.
Ex.: Amanhã eu compro o doce pra você. (compro = comprarei)

- pode indicar um processo habitual, ininterrupto.
Ex.: Os animais nascem, crescem, se reproduzem e morrem.

Imperfeito:
- pode ocorrer com valor de futuro do pretérito.
Ex.: Se eu não tivesse motivo, calava. (calava = calaria)

Mais-que-perfeito:
- pode ser usado no lugar do futuro do pretérito ou do imperfeito do subjuntivo.
Ex.: Mais fizera se não fora pouco o dinheiro que dispunha. (fizera = faria, fora = fosse)

- pode ser usado em orações optativas.
Quem me dera ter um novo amor!

Futuro do presente:
- pode exprimir ideia de dúvida, incerteza.
Ex.: O rapaz que processou o patrão por racismo, receberá uns trinta mil de indenização.

- pode ser usado com valor de imperativo.
Ex.: Não levantarás falso testemunho.

Futuro do pretérito:
- pode ocorrer com valor de presente, exprimindo polidez ou cerimônia.
Ex.: Você me faria uma gentileza?


Modos verbais


Modo indicativo: exprime certeza, precisão do falante perante o fato.
Ex.: Eu gosto de chocolate.

Modo subjuntivo: exprime atitude de incerteza, dúvida, imprecisão do falante perante o fato.
Ex.: Espero que você esteja bem.

Modo imperativo: exprime atitude de ordem, solicitação, convite ou conselho.
Exs.: Não cante agora!
Empreste-me 10 reais, por favor.
Venha ao hospital agora, seu amigo vai ser operado.
Não ponha tanto sal, isso pode lhe fazer mal.


Infinitivo pessoal ou impessoal

Infinitivo impessoal: terminado em r para qualquer pessoa.
Ex.: comprar, comer, partir.

Emprega-se o infinitivo impessoal:

a) Quando ele não estiver se referindo a sujeito algum.
Ex.: É preciso amar.

b) Na função de complemento nominal (regido de preposição).
Ex.: Esses exercícios não são fáceis de resolver.

c) Quando faz parte de uma locução verbal.
Ex.: Ele deve ir ao dentista.

d) Quando, dependente dos verbos deixar, fazer, ouvir, sentir, mandar, ver, tiver por sujeito um pronome oblíquo.

Sujeito
Deixei-as passear.
= eles


e) Quando tiver valor de imperativo.
Ex.: Não fumar neste recinto.

Infinitivo pessoal: além da desinência r vem marcado com desinência de pessoa e número.

Ex.: cantar – ø
cantar - es
cantar - ø
cantar - mos
cantar - des
cantar – em

Ex.: Com esse calor convém tomarmos um sorvete.

- Usa-se o infinitivo pessoal quando o seu sujeito é diferente do sujeito do verbo da oração principal.
Ex.: A única solução era ficarmos em casa.

Interpretação e Organização Interna

A Introdução

A introdução do seu trabalho de interpretação de um texto filosófico deve, de preferência, ser constituída por quatro partes sucessivas e ordenadas. Esta forma de fazer tem o grande mérito de obrigar a tratar do essencial, evitando todas as generalidades que engordam o trabalho sem utilidade para esclarecer o texto. Nesta óptica, vale pouco a pena escrever sobre o autor, contando a sua vida em três linhas...

Tema

A primeira etapa consiste em identificar o tema que está em questão, na sua forma geral (tema da ética, da linguagem), mas também sob um ângulo mais preciso, por exemplo, “o direito do cidadão à oposição num texto de filosofia política de Rousseau”, “a especificidade do conhecimento humano, relativamente às formas que o prefiguram no animal, segundo Aristóteles”. Em
resumo, trata-se de compreender de forma precisa aquilo de que fala o autor e limitar muito bem o tema. O tema não deve, no entanto, ser confundido com a tese, isto é, aquilo que o autor quer demonstrar no excerto em causa.

Problemática

A determinação do problema é um dos elementos decisivos na tarefa de explicar um texto. O problema designa a dificuldade central levantada pelo texto. Este problema deve ser posto em evidência, pois, na maioria das vezes, ele não é evidente numa leitura apressada: numa dissertação, o problema não se confunde com a questão colocada, por isso, no comentário do texto, deve clarificar-se a questão fundamental colocada implicitamente pelo filósofo. 

Tese

Não se trata aqui de enunciar a teoria geral do autor, como se, por exemplo, todos os textos de Descartes implicassem a análise do “cogito”. Trata-se, pelo contrário, de determinar a posição do filósofo no texto em análise, isto é, de analisar o conteúdo filosófico fundamental do texto.

Plano do texto

A introdução deve finalizar com o enunciado do plano do texto de análise: partes que o compõem e um resumo breve e preciso do conteúdo de cada uma delas.


Desenvolvimento

Organização

É útil explicitar a organização do texto, descobrir a sua articulação, a sua organização interna. Não se trata de cortar o texto, de o dividir e de compreender a estrutura através de elementos dissecados sem nenhuma relação entre si. O que interessa é explicitar o encadeamento e evidenciar as verdadeiras ligações.

É necessário construir ligações e obedecer a uma organização rigorosa; do mesmo modo, a explicação do texto visa sobretudo tornar explícitos os encadeamentos, uns nos outros, dos elementos de reflexão. O que se pretende é precisamente evidenciar a construção e o itinerário do autor. Com esse objectivo, é aconselhável seguir a ordem do texto, e construir as diferentes
partes da explicação em função das partes do texto.

Explicitação dos conceitos fundamentais

Evidenciar o percurso orgânico do texto é, antes de mais, definir os conceitos fundamentais que presidem a essa organização. A finalidade da explicação do texto filosófico é portanto clara: trata-se de definir e de explicitar os conceitos fundamentais do texto, acompanhando o seu movimento e a sua organização. Deve-se prestar atenção particular aos conceitos de base que possuem uma significação particular e que detêm uma função precisa no texto. Evidentemente, não basta afirmar este papel central deste ou daquele conceito, é necessário também sublinhar o encadeamento dos conceitos entre si. Explicar consiste precisamente em estabelecer articulações entre conceitos e ideias.

Esforço crítico

A explicação não é completa se não provocar ao mesmo tempo um esforço crítico. Mas entendamo-nos sobre o sentido da palavra “crítico”: com efeito, todos os grandes textos filosóficos colocam pelo menos um problema fundamental. Que pode então significar uma crítica? A crítica de um texto não é uma simples refutação como muitos alunos pensam; a “refutação”, designa
a acção pela qual recusamos um raciocínio, uma argumentação, provando a sua falsidade. Este procedimento dificilmente será compatível com o reconhecimento da riqueza de um texto filosófico.

Criticar não é destruir, mas compreender. Destruir é manter-se no espírito da letra do texto, enquanto compreender é aceder ao seu verdadeiro conteúdo. A destruição é dogmática, a verdadeira crítica filosófica é a compreensão da problemática interna, a avaliação do interesse da resposta encontrada.

Armadilhas a evitar

Erros a evitar:

A) Tratar uma só parte do texto

Primeiro erro muito frequente: concentrar todo o esforço de compreensão numa única passagem do texto. Explicar um texto é determinar o seu sentido global. Por conseguinte a abordagem de um único dos seus aspectos não é nada adequada.

B) Esquecer o texto e fazer uma dissertação

Também não se deve pôr o texto entre parêntesis, como se fosse algo acessório e acidental. Alguns alunos cometem este erro, por muito estranho que pareça.. Esquecem o texto e fazem outra coisa, por exemplo, uma dissertação, uma reflexão pessoal sobre o tema desligando-se completamente do texto. Esta forma de responder não é a pior de todas, mas está longe de corresponder ao que se pretende. A referência ao texto a comentar é portanto fundamental.

C) Considerar os exemplos contidos no texto como secundários.

Deve dar-se sempre um lugar privilegiado aos exemplos utilizados pelo autor no texto, na medida em que é neles que reside muitas vezes a chave para uma boa interpretação.

D) Paráfrase

Atenção! As paráfrases devem ser evitadas a todo o custo. Esta armadilha ameaça os alunos constantemente. A paráfrase é uma espécie de caricatura de um estudo bem organizado. Ao aluno, neste tipo de trabalho, é pedido aluno que explicite os conceitos, que sublinhe a sua organização interna, a sua articulação, o seu significado real e dinâmico na lógica do raciocínio; pelo contrário, a paráfrase opera com base em verbalizações difusas, repetindo os mesmo termos interminavelmente sem deles retirar qualquer sentido. A paráfrase é passiva: repete o que o autor diz de uma forma menos interessante. A explicação é activa e dinâmica. A esterilidade da paráfrase opõe-se portanto à criação inteligente de um comentário explicativo. 

A Conclusão

A conclusão tem a finalidade de fazer um breve balanço, indicando o interesse da demonstração do pensador. Ela encerra o debate com precisão e clareza; possui, portanto, uma função retórica e pedagógica, cuja importância não deve ser subestimada.